Miss Margarita Carmen Cansino [a testa larga, os olhos de furação e
as pernas de sonho] nunca teve grande interesse na nobre terra de Amhitar [e
assim nenhum dos 77 espectadores de seu mais obscuro (e dizem que melhor
filme)]. A Sétima Filha do Xeque estreou
[e encerrou sua carreira] hoje em 1947 em uma exibição de teste [para plateia
fechada]. Encerrou sua carreira – um incêndio naquela madrugada no depósito nos
fundos do Chinese Theater em Hollywood
destruiu todo o celuloide [com exceção de um minuto e sete segundos – e a
recorrência de números sete não deixou de dar material para os buscadores de
mistério].
Um comentário [não isento de malícia]
afirmou que n´A Sétima Filha... sobrava
tudo, menos roupa. Não isento de malícia: a sétima garota [raptada por um belo
e jovem Xeque rival da cidade amhitariana de Rangoon, o qual acabaria (previsivelmente)
por se apaixonar por ela] nas suas danças de odalisca mais sugeria do que despia
[suas mãos deslizando ágeis sobre as sedas].
Desnecessário dizer que a Amhitar
do filme ganhava prêmios de falsidade – as palmeiras de estúdio e os camelos
pareciam ter o dom da onipresença, sem contar que Rangoon jamais foi cidade amhitariana.
Dizem [com sobeja maldade] que tudo
se deveu ao maridão Orson Welles, o qual, louco de ciúmes de Margarita, aliás
Rita, aliás Rita Hayworth, queimou os originais e ainda deu sumiço na pequena
parte sobrante. Embora não de todo inverossímil, desta versão não restam provas.
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