sábado, 9 de novembro de 2013

09 de Novembro

A Ponte Murada

Diz a lenda e mais quatro papiros na Universidade de Dacca que dois Xeques [antes inimigos de não ordinária ferocidade] resolveram fazer uma ponte entre seus domínios para selar uma aceitação mútua. [Desafortunadamente, dos quatro dois se revelaram falsos, um teve sua tradução contestada e outro sofreu roubo em circunstâncias reputadas como misteriosas. Assim só restou a lenda].

[Ao contrário do que dizem os livros de história] nem os Reis, Imperadores, Subgerentes e Xeques são por completo livres, assim os comandantes de lanças [diríamos hoje, os chefes de Estado-Maior] de cada lado encheram os ouvidos de seu Xeque com perigos sobre se o outro atacasse primeiro [histórias de saques e esquartejamentos (inclusive do próprio Xeque) encheram o ouvido-do-mesmo].

Soluções como guardas armados e cães ferozes e armadilhas para ursos foram propostas, tentadas e refutadas, cada qual com sua desvantagem.

Golpes de Estado quase simultâneos nos dois países mantiveram os Xeques mas colocaram no poder um grupo de pedreiros e especialistas em carpintaria [diríamos hoje, empreiteiros].

Isso explica [dizem os cínicos] a solução de se colocar um muro sobre a ponte [além de sua constante necessidade de dispendiosas ampliações e reparos]. Para amenizar a separação, batizaram o conjunto de Ponte de Fraternidade entre os Povos [lamentavelmente destruída por bomba em 31 de outubro de 1941, segundo dizem].

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