Paleobibliófilos italianos
encontraram hoje em 1968 [encadernados em conjunto com os dois únicos exemplares
conhecidos da Cosmographia Christiana
de Cosmas o Indicopleustes] os [também] dois únicos sobreviventes [um deles
incompleto] do ensaio Da Incrível
Monotonia da Virtude, e tudo foi surpreendente em tal descoberta. Em
primeiro lugar a sua própria existência: a intensa perseguição a tal livro [que
durou (dizem talvez com algum exagero) 199 anos] foi feita para até sua
lembrança durar fumaça.
Depois a própria localização dos exemplares:
na Biblioteca Vaticana e na Biblioteca Laurenciana de Florença [fato que pode
ser explicado pela própria eficiência da censura, que não deixou um só em Amhitar].
E finalmente o fato de terem sido encadernados com um clássico cristão [o que
gerou especulações quanto ao seu suposto autor].
Livro sem valor literário, Da Incrível Monotonia... tem sua tese única
sintetizada no título. O mal causa o mal, isso é claro [diz o anônimo escritor].
Mas o bem [forçoso é dizê-lo] é chato. Os maus morrem por seus malfeitos, os
bons morrem de tédio [e tal universo tipicamente cristão tem levado alguns a
apontar o Monge Gelasiminius como o responsável por tais (heréticas) palavras].
Tal ensaio conseguiu juntar
contra ele todas as religiões. Certo Xeque [dizem] chegou a encetar uma campanha
Faça o bem, o Bem é Divertido. A
semelhança com as atuais campanhas publicitárias, no entanto, faz com tal história
seja pouco verossímil.
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