segunda-feira, 18 de novembro de 2013

18 de Novembro

Não aos versos sim à liberdade

- Não quero contar histórias. Prefiro salvar o Mundo!

Jasur Akmal subiu os sete degraus para a tribuna [com seu discurso sobre técnicas de fazer versos] e tudo lhe pareceu tolo. Fez voar a papelada e berrou.

Não o Mundo mas o teto do Teatro quase caiu com os assobios, bordoadas nas cadeiras, tabefes, tiros para o ar e até cócegas em vizinhos neste 18 de novembro de 1861 na abertura do Congresso dos Homens de Espírito. A literatura amhitariana [e a música, e tudo o mais] até então tinha sido comportada, ou técnica. Os poetas preocupavam-se com hemistíquios, os romancistas com tramas, os músicos com solfejos.

O discurso do poeta Jasur [que compreensivelmente mudou seu nome para Byron Jasur] mudou tudo isso. Os homens da pena e do teatro só falavam em liberalismo, pátria, democracia, fim da opressão. A invasão russa oito anos depois foi [quase] recebida com alegria, pois as torturas e prisões solitárias na Sibéria imprimiam ainda mais drama à atividade da cultura e valorizavam a vitória final. O que não impediu [quando a ocupação se tornou mais branda] os homens de espírito de continuar se queixando da opressão.

A técnica perdeu – erros de versificação e cantores sem garganta passaram a não ser incomuns. Alguém criticou a cultura amhitariana por ser cheia de boas intenções sem estudo. Certo simpósio de poetas respondeu [não sem fúria] que Não os versos, mas a liberdade é o que importa!

Nenhum comentário:

Postar um comentário