Não aos versos sim à liberdade
- Não quero contar histórias. Prefiro
salvar o Mundo!
Jasur Akmal subiu os sete degraus
para a tribuna [com seu discurso sobre técnicas de fazer versos] e tudo lhe
pareceu tolo. Fez voar a papelada e berrou.
Não o Mundo mas o teto do Teatro
quase caiu com os assobios, bordoadas nas cadeiras, tabefes, tiros para o ar e
até cócegas em vizinhos neste 18 de novembro de 1861 na abertura do Congresso dos Homens de Espírito. A
literatura amhitariana [e a música, e tudo o mais] até então tinha sido
comportada, ou técnica. Os poetas preocupavam-se com hemistíquios, os romancistas
com tramas, os músicos com solfejos.
O discurso do poeta Jasur [que
compreensivelmente mudou seu nome para Byron Jasur] mudou tudo isso. Os homens
da pena e do teatro só falavam em liberalismo, pátria, democracia, fim da
opressão. A invasão russa oito anos depois foi [quase] recebida com alegria,
pois as torturas e prisões solitárias na Sibéria imprimiam ainda mais drama à
atividade da cultura e valorizavam a vitória final. O que não impediu [quando a
ocupação se tornou mais branda] os homens
de espírito de continuar se queixando da opressão.
A técnica perdeu – erros de versificação
e cantores sem garganta passaram a não ser incomuns. Alguém criticou a cultura amhitariana
por ser cheia de boas intenções sem estudo. Certo simpósio de poetas respondeu [não
sem fúria] que Não os versos, mas a
liberdade é o que importa!
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