quarta-feira, 27 de novembro de 2013

27 de Novembro

A Fundação

Vigorosa contestação derrubou a tese da inexistência das Brigadas Libertadoras Lembranças Afetuosas ao Grande Donyhor al-Temurbek [para alívio dos patriotas]. Resta a doutrina da inexistência de uma História desse grupo. Não porque nunca tenha feito nada [embora isso seja real, dizem os eternos ironistas] mas porque a sinuosidade [ou a falta de sentido] de sua trajetória [se é que se pode falar de tal] tornaria impossível escrever-lhe uma narrativa, tão a gosto dos compêndios escolares e das biografias pop.

O grupo guerrilheiro com o nome mais longo do Planeta teria sido fundado hoje, e a escolha da data [feita de maneira arbitrária no III Congresso da Academia Soviético-Proletária da Ásia Central em 1936] revela o desconhecimento [ou a multiplicidade de versões] que o cercam. [A data de hoje era só uma das 125 prováveis]. O ano 1777 acabou sendo escolhido [o que gerou suspeitas não totalmente infundadas, pois Serguei Kovinev (o Manda-Chuva da Academia) era (de forma inexplicável) fanático pelo número sete].

Resta o problema de como se formou tal guerrilha. As versões mais comuns [não sem banalidade] apostam nas montanhas habituais, com um grupo jurando morrer antes de se render [outras mencionam um porão urbano]. A narração mais poética [saída em nota sem autor na Gazeta de Amhitar no último dia de 1919] afirma que no grupo só havia os 1.007 avatares de Temurbek, e a reunião se deu no Céu. Tal versão [surpreendentemente] não é desprovida de adeptos. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário