sábado, 14 de dezembro de 2013

14 de Dezembro

O falso-vero

No dia 21 de agosto de 1920 Leon Davidovich Trotsky declarou encerrada a etapa feudal e começada a Primavera Socialista em Amhitar. [Tal fato (não sem contestação de muitos) se celebra nestas Efemérides, na data]. No dia seguinte, o cabelo desalinhado, a barbicha e o Pince-nez invadiram em moda as cabeças um terço dos jovens do país. [O Povo (não sem maldade) os chamava de Trostsquinhos]. No outro dia os trostsquinhos começaram a perseguição aos nobres; a quem pensavam que era nobre; a quem algum dia desejara ser nobre; e a quem pensara que algum talvez algum dia tivesse a veleidade do desejo de o ser].

Nesse contexto [não isento de medo] um homem começou a circular pelas ruas. Vestido de fraque [um pouco puído, vá] e uma cartola de segunda mão o Conde Von Bismarck de Chateaubriand e Vicenza [era assim que ordenava que o chamassem] sentava-se à mesa com os temidos militantes, exigia charutos e vinho e previsivelmente se dizia herdeiro da nobreza de três países. Os rapazes [não sem gargalhadas] lhe davam tudo. Sua ordem de fuzilamento [dizem] foi rasgada pelo próprio Trotsky, que teria dito que A Revolução não executa doidinhos.

Só depois de seguro no seu falecimento [hoje em 1962] se soube que o Conde era conde mesmo [não com tantos sobrenomes reluzentes, mas conde]. E adotou a estratégia de assumir uma verdade inverossímil, tanto que os outros a consideraram mentira. Só então se entendeu o que dizia [entre os militantes] que A mentira tem o seu apelo.

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