sábado, 21 de dezembro de 2013

21 de Dezembro

O Demônio de Amhitar

O Djeligh-il-Khael [que em uma tradução (não isenta de críticas) tem sido popularizado como O Demônio de Shamaarkhant] percorre as noites das ruas da capital de Amhitar.

Em contraste com os congêneres que assombram as esquinas e matas do mundo o produto amhitariano não tem chifres [na verdade nem é vermelho]; não leva um saco para raptar crianças; não podia lembrar menos um esqueleto [já que é um tanto gordito]; e as poucas testemunhas que afirmaram ter sentido cheiro de enxofre se revelaram falsas.

No começo [dizem] era temido: mães arrastavam crianças e homens tomavam posição de defesa perto do velho pouco barbado que passava por eles. A multiplicação de não acontecimentos [porque o velho nada fazia a ninguém] fez os transeuntes relaxarem seu medo.

O Djeligh pratica a democracia: olha a todos [esculturais e horríveis, bebês e decrépitos] com o mesmo desejo de nada [parece ligeiramente incomodado com a presença deles, mas só].

Com o tempo [ninguém sabe quanto] popularizou-se o novo terror do Djeligh: [ao contrário dos outros demônios] ele não quer mal a ninguém [muito menos o faz]. O Diabo amhitariano é indiferente [uma indiferença gélida, brutal].

 Isso o faz diverso de todos os seus concorrentes no mundo, e esta [tola] singularidade ocasiona que alguns tenham orgulho dele, e o celebrem [sem razão aparente] hoje nestas Efemérides.

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