O Segundo dos delírios de Amhitar
Houssnida Abdumalik caminhava da cidade
de Shmarkhaant para outra cidade ou lugar qualquer. [Inevitavelmente Houssnida
Abdumalik o fazia porque estava farto da hipocrisia da sociedade humana e buscava
a paz e a tranquilidade da Natureza]. Um homem [vindo das brumas ou de qualquer
outra fonte] veio a caminhar com ele. [Não era simpático nem antipático].
Disse que contaria a história da
sua vida [Houssnida não lhe pediu nada]. Informou que seu nome também possuía
duas letras esse. [O estranho sotaque suíço do homem (e Houssnida nunca fora à
Suíça) causou espécie ao amhitariano]. O homem [que inicialmente parecia ter
quarenta anos, e que agora semelhava seus sessenta (ou vinte e cinco)] afirmou
que contaria tudo – e não omitiria vícios ou podridões.
Ao ouvir a história [que efetivamente
continha um bocado de mel e veneno] Houssnida teve a sensação de estar muito
distante dali [talvez entre Annecy e Lyon, lugares cuja existência sempre desconheceria].
Não se despediram na porta da primeira estalagem – o homem apenas partiu para
uma laranjeira carregada e um roseiral [previsivelmente o estranho também amava
a natureza].
Na estalagem o sábio de Amhitar descreveu
o encontro – de como o homem falou que Amhitar não existia – era um delírio de
sua cabeça farta de hipocrisias francesas. E muito depois uma hipótese
afirmaria que aquele homem era na verdade o filósofo Jean-Jacques Rousseau. [O
que ainda hoje é objeto de renhidos debates].
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