domingo, 29 de dezembro de 2013

29 de Dezembro

O Segundo dos delírios de Amhitar

Houssnida Abdumalik caminhava da cidade de Shmarkhaant para outra cidade ou lugar qualquer. [Inevitavelmente Houssnida Abdumalik o fazia porque estava farto da hipocrisia da sociedade humana e buscava a paz e a tranquilidade da Natureza]. Um homem [vindo das brumas ou de qualquer outra fonte] veio a caminhar com ele. [Não era simpático nem antipático].

Disse que contaria a história da sua vida [Houssnida não lhe pediu nada]. Informou que seu nome também possuía duas letras esse. [O estranho sotaque suíço do homem (e Houssnida nunca fora à Suíça) causou espécie ao amhitariano]. O homem [que inicialmente parecia ter quarenta anos, e que agora semelhava seus sessenta (ou vinte e cinco)] afirmou que contaria tudo – e não omitiria vícios ou podridões.

Ao ouvir a história [que efetivamente continha um bocado de mel e veneno] Houssnida teve a sensação de estar muito distante dali [talvez entre Annecy e Lyon, lugares cuja existência sempre desconheceria]. Não se despediram na porta da primeira estalagem – o homem apenas partiu para uma laranjeira carregada e um roseiral [previsivelmente o estranho também amava a natureza].

Na estalagem o sábio de Amhitar descreveu o encontro – de como o homem falou que Amhitar não existia – era um delírio de sua cabeça farta de hipocrisias francesas. E muito depois uma hipótese afirmaria que aquele homem era na verdade o filósofo Jean-Jacques Rousseau. [O que ainda hoje é objeto de renhidos debates].

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